Apenas para assinalar tamanho flagelo: o cancro

08-02-2023 19:55

 

 

    No dia 4 de Fevereiro assinalou-se o Dia Mundial de Luta contra o Cancro, esta data é notada desde o que ficou decidido no ano de 2000 na “World Summit Against Cancer for the new Millenium” realizada em Paris, por iniciativa da União Internacional de Controlo do Cancro.

    A Comissão Europeia lançou um “Plano Europeu de luta contra o Cancro”: prevenção, diagnóstico precoce, tratamento e cuidados continuados.

Segundo a Liga Portuguesa de Luta Contra o Cancro, esta doença tende a aumentar em todo o mundo, morrendo anualmente, cerca de dez milhões de pessoas equivalentes à população de Portugal. Os especialistas estimam que se nada  for feito em 2030 as mortes por cancro atingem 13 milhões de pessoas.

Segundo esta Associação Portuguesa  pode-se salvar-se 3,7 milhões de vidas todos os anos.

 

Cancro no Pulmão entre os cancros mais mortíferos

 

     Como consta no Diário Notícias de 16/05/2022 em 2020 foram diagnosticadas 5415 novos casos de cancro no Pulmão, 65% deles em estado avançado.

    Anualmente cerca de 4600 pessoas perdem a vida lutando contra essa doença.

Um cenário comum a toda a Europa que representa 25%  das mortes por doença oncológica da população masculino na União Europeia (UE). Já a nível global morre uma pessoa  com cancro do pulmão a cada 18 segundos.

    Alguns principais fatores de risco do cancro do pulmão é o consumo do tabaco. O tabagismo é fator  mais importante contra o cancro no pulmão. Estima-se que pelo menos 80% das mortes por essa doença se devam ao consumo de tabaco.

    O tabaco contém substâncias que danificam os genes das células saudáveis. Esta deterioração pode modificar o mecanismo de crescimento celular originando células cancerígenas.

    Os fumadores, segundo o site cancro -on-line[1] mesmo que deixem de fumar têm sempre um risco maior de desenvolver cancro no pulmão do que as pessoas que nunca foram fumadoras. Claro que o perigo é menor quanto menos se fumar e quanto mais cedo se deixar o hábito tabágico. Os especialistas estimam que o risco de desenvolvimento do cancro do pulmão é 10 a 30 vezes maiores que no caso de fumadores. O risco só volta a  ser semelhante ao da população em geral cerca de 20 anos após deixarem de fumar.

    Todas as formas de exposição ao fumo seja através dos cigarros, charutos ou cachimbos causa o mesmo risco de vir a provocar doenças cancerígenas. Mesmo os cigarros eletrónicos, apesar de todo o alarido acerca dessa inovação continuam a ser prejudiciais à saúde. Continuam a ter na sua composição nicotina e outras substâncias.

    Também encontramos na Wikipédia informação útil sobre esse assunto. O tabagismo, particularmente, o consumo de cigarros é hoje o principal contributo para o cancro no pulmão. O cigarro contém mais de  60 substâncias cancerígenas, nomeadamente a nicotina substância que causa grande dependência física e psicológica.

Nos países desenvolvidos 91% das mortes do cancro do pulmão no sexo masculino foram atribuídos à exposição ao fumo e 71% das mortes das mulheres.

 

Os efeitos do Tabagismo nas grávidas

 

 

 

 

    Desde o reconhecimento deste problema 1957[2]  o efeito mais consistente relatado do tabagismo na gravidez tem sido a diminuição do peso do bebé ao nascer. Os dois ingredientes principais do cigarro que afetam o crescimento do feto são o monóxido de carbono e a nicotina.     Ambas reduzem  a quantidade de oxigénio disponível para o feto. Além  disso nicotina pode  atravessar a placenta e afetar o nível cardiovascular e o sistema nervoso central (SNC).

    Em geral, aceita-se que fumar afeta a gravidez  e reduz o crescimento do feto ( o peso ao nascer, comprimento ao nascer e circunferência craniana). Assim a redução média do peso ao nascer do bebé associado ao consumo de um maço de cigarros por dia é aproximadamente 200 gramas. As grávidas adolescentes que têm maior probabilidade de fumar que as grávidas mais velhas, a redução de medidas ao nascer é mais pronunciada do que em uma corte semelhante de mulheres adultas.

    Estudos  comprovam que a exposição pré-natal ao fumo tem uma relação direta com problemas de cognição. A exposição In Utero foi associada à orientação e responsividade auditiva mais deficiente e a um maior aumento de tremores e sobressaltos em bebés. Vários pesquisadores relatam resultados inferiores de crianças em idade pré-escolar e escolares filhos de mães fumadoras em testes de desempenho cognitivo.

    Os Investigadores destes estudos relatam também que a associação entre a exposição pré-natal ao tabaco e o aumento da atividade, desatenção e impulsividade em crianças dos 4 aos 16 anos de idade.

    Os relatórios também demonstram uma ligação entre a exposição do cigarro in útero e os problemas comportamentais e psicológicos em crianças pequenas identificadas como sendo mais propensas  a exibir comportamentos agressivos de confrontação. Crianças em idade escolar apresentam problemas comportamentais, adolescentes que apresentam distúrbios de conduta, uso de drogas e depressão.

    Finalmente, neste artigo citado refere-se ainda que a exposição pré-natal ao tabaco aumenta a probabilidade  de os filhos expostos ao fumo se tornem no futuro fumantes também.

 

Outros fatores associados ao cancro do Pulmão para além do tabagismo

 

            As condições laborais poderão ser responsáveis por aproximadamente 19% de casos de cancro registados que significa 1,3 milhões de mortes por ano. Estão identificadas 107 substâncias e misturas e situações com a expressão de certas partículas inaladas. Ex. fibras de amianto, utilizadas como isolante nos materiais de construção podem irritar os pulmões.

     A idade também é um fator preponderante,  associado ao cancro no pulmão. Por norma, manifesta-se entre os 60 e os 80 anos, embora possa ocorrer casos de idade mais jovens.

    Quanto ao género pode-se dizer que a incidência desse tipo de cancro é três vezes maior nos homens do que nas mulheres. É possível que uma das razões seja o  facto da população feminina ter começado a fumar mais tarde do que a masculina.

    Os fatores genéticos também podem ter um forte contributo para essa situação. O cancro é uma doença que modifica os genes que controlam o funcionamento das células, especialmente, o seu crescimento e divisão. Essas mudanças  incluem mutações no ADN. O processo genético do cancro do pulmão é semelhante  a outro género de cancro. A célula normal que se transforma em tumoral é encontrada no epitélio, que reveste toda a árvore brônquica, desde a traqueia até desde até ao bronquíolo terminal mais fino e nas células que se encontram nos alvéolos pulmonares. Existem pessoas que apresentam mudanças hereditárias no ADN do cromossoma 6 e , por isso, podem ter uma probabilidade maior de padecer de cancro no pulmão. Daí que os irmãos e os filhos das pessoas que sofrem de cancro do pulmão possam ter um maior risco de sofre também dessa doença.

    A poluição ambiental, a radioterapia nos pulmões  e arsénio na água potável são outos fatores que que podem incrementar o risco de se  vir a sofrer de cancro.

 

 

 

 

           

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



[1] https://www.cancro-online.pt/cancro-do-pulmao/informacao-basica/fatores-de-risco/

[2] https://www.enciclopedia-crianca.com/tabagismo-e-gravidez/segundo-especialistas/consumo-de-tabaco-durante-gravidez-e-seu-impacto-sobre--0