É talvez uma espécie de crónica...sobre o Dia Internacional da mulher...
Talvez porque amanhã é – O Dia Internacional da Mulher – irão decerto surgir alusões à falta de direitos femininos, à precaridade do emprego, à violência física e psicológica infligida sobre as mulheres, a desigualdade entre géneros e tantos mais atropelos que tantas vezes, fazem correr rios de tinta e que acendem a luta justa pela causa feminista.
No entanto, são essas mesmas vozes que regram, moralizam, atrofiam o ser feminino com o seus padrões e que negam à mulher o simples direito de ser apenas mulher na sua essência.
Ser mulher no sentimento, na sua inteligência muito própria e na sua perceção única, mas, também, na paixão, na vaidade, nas fragilidades, nas ilusões, nos sonhos, nos encantos e nos desconcertos…
Por outras palavras…
Não nos exijam apenas força, coragem, trabalho, perseverança, sucesso e projeções.
No entanto,
Abram-nos também caminhos …
de amor
de sonho e
de fantasia
Não nos avaliem apenas pela quantidade de saber…de trabalho, mas, também, pela sensibilidade e dedicação…
Porque no nosso íntimo, no baú dos segredos inconfessáveis, existem príncipes, fadas, dragões, mas também bruxas muito más…
Não ponham o nosso amor de mães numa tabela de contra-indicações…porque para nós esses seres lindos são imortais, no amor, na atenção, na dedicação, no carinho e no sentimento de proteção…são realmente dignos de todos os excessos e todos os sentimentos.
Por eles enfrentamos todas as críticas e estamos sempre preparadas para todas as lutas.
No fundo, para além dos direitos pessoais, profissionais e sociais e das nossas incontornáveis responsabilidades…
Queremos ser
Mulheres entre todas as mulheres…
Especiais para quem nos ama, heroínas em causas justas…
Mas simplesmente mulheres…
Ana Margarida Alves