Mundial de Futebol do Qatar 2022: Muitas polémicas e surpresas à mistura mas no final ganhou a Argentina

22-12-2022 12:50

 

    Apesar de termos começado com o pé direito levamos um bailinho dos marroquinos, cujo país estamos próximos, geograficamente, através do Sul de Portugal. Pode-se dizer que fomos derrotados no Mundial do Qatar 2022, por um país vizinho que nos fez fazer as malas e rumar de novo a Portugal com uma mão cheia de nada e o rosto carregado pela deceção de sermos derrotados pelo poderio Marroquino em termos futebolísticos.

            É quase caricato o que aconteceu. Marrocos que é quase sempre “notícia”  pelos piores motivos, onde, anualmente, centenas de marroquinos tentam aceder a Portugal e a Espanha pela “porta do cavalo” em pequenos botes apinhados com intuito de atingirem, mais tarde,  a Europa em busca de oportunidades mais atraentes para as gentes marroquinas totalmente vulnerabilizados pela pobreza. Que muitas das vezes termina em tragédia.

                No entanto, neste mundial, Marrocos deu as cartas e esteve por um triz o troféu. Foi realmente, uma grande surpresa face às grandes potências futebolísticas como Inglaterra, França, Argentina e  o Brasil. Marrocos pôs-se a correr numa velocidade louca e derrotou Portugal fazendo cair por terra o sonho do povo lusitano de vencer o mundial do Qatar em 2022.

                No final, depois de muitas lágrimas e desânimos e de muitas declarações ainda a “quente”. Ronaldo acredita que foi o último mundial da sua carreira. E também, o selecionador, Fernando Santos está de partida…

                Bem, mas, no mundial do Qatar de 2022 esteve pejado de polémicas e fugas às regras.

                Devido às temperaturas insuportáveis de verão no Qatar – quando se realiza, habitualmente, os mundiais de futebol -  O mundial  foi alterado para o Inverno tendo a Final sido disputada, no domingo, 18 de Dezembro.

            Todavia, para além desse detalhe técnico, os ânimos estiveram exaltados devido à falta de dignidade na aplicação dos Direitos Humanos.

            As organizações humanitárias manifestaram-se das condições de precaridade em que foram construídos os estádios onde imperou grande exploração laboral. Centenas de trabalhadores perderam a vida na construção dos estádios megalómanos para acolherem, com “pompa  e circunstância”, o Mundial de Futebol de 2022. Revelou-se, assim, o lado mais obscuro da construção civil naquele país que expos seres humanos de “carne e osso” a trabalharem como se fossem “super-heróis” com dons “extra-normais”, para atingirem feitos inimagináveis como seres humanos. Logo, à partida só podia dar asneira…

            A situação foi tão gritante que ainda se falou em boicotarem/banirem o Qatar da Organização dos Jogos do Mundial de 2022.

            Porém, o poder económico falou mais alto e o Mundial do Qatar avançou.

            Contudo, as vozes da revolta não se calaram e falaram ainda num tom mais alto sobre a vida indigna em que vivem os homossexuais no Qatar. Quase todos têm que viver em reclusão para assumirem o seu amor proibido a outro ser,  que em vez de ser fisiologicamente diferente – como é usual nas sociedades heterossexuais – é tão semelhante a si mesmo.

               Mais uma vez se confirma que países altamente desenvolvidos em tudo o mais, mantém um lado obscuro que os devia envergonhar.                 Todavia, sentem-se orgulhosos de reprimirem/controlarem tudo o que a sua mente não consegue compreender. Nem aceitar.

Mas, retomando ao assunto da grande surpresa. Marrocos passou até às meias finais  e enfrentou  a terrível França…Porém, “hélas”[1], lá tentar tentou, mas, não a conseguiu ultrapassar. E foi a França que disputou  a final com a Argentina.

                 Contudo, aí viu-se grega e o sonho de revalidar o título de 2018 caiu por terra.

                    Não foi caso para dizer aos argentinos “Don´t  cry for me Argentina”,[2] muito pelo contrário, “Nosotros somos campeones del mundo”.[3]

                Em suma, um mundial cheio de atribulações e polémicas chegou ao fim onde as questões sobre os direitos humanos incendiaram todos os debates. Porém, daqui alguns anos, tudo será esquecido e ficará apenas na memória, o resultado final do Mundial de Futebol no Qatar, empate a  3-3.

                No fim da tempestade vem sempre a bonança e, assim, nos “penaltis” tudo se resolveu, Argentina ultrapassou a invencível França.

Argentina marcou quatro “pénaltis” e França dois e, assim, uma representante por excelência da América-latina levou o troféu. Onde, o indiscutível “Messi” foi o grande protagonista.

                E está tudo dito.

Ana Margarida Alves

 

 



[1] “Hélas” – expressão francesa que significa infelizmente.

[2]Don´t cry for me Argentina”  - tradução da famosa música, Não chores por mim, Argentina

[3]Nosotros somos campeones del mundo” –  Somos campeões do mundo (Tradução do Espanhol)