O caso do computador misterioso do adjunto do ministro
Para dizer a verdade já não consigo ouvir falar mais na TAP (Transportadora Aérea Portuguesa) que nos últimos tempos não sai da ordem do dia dos telejornais e jornais portugueses.
É a indemnização polémica de Alexandra Reis.
É a saída de Christine-Oumiéres Widener, a presidente executiva da Companhia Aérea e o presidente do conselho de Administração , Manuel Beja, debaixo de outra grande polémica. Depois de uma auditoria da Inspeção Geral de Finanças que concluiu que o acordo para a saída de Alexandra Reis é nulo e grande parte da indemnização paga a Alexandra Reis tinha que ser devolvida (Sicnotícias/Lusa 14/04/2023).
E de repente eis senão quando novas achas para a fogueira. O ex-adjunto do Ministro das Infra-estruturas João Galamba, foi despedido de uma “amorosa” forma de fortes ameaças, pelo telefone.
E se a forma pouco correcta de exonerar alguém não bastasse ainda se envolveram todos numa luta de todos ao molho e fé em deus por causa do computador que Frederico Pinheiro, o agora “famoso” adjunto não queria entregar de forma imediata ao Ministério das Infraestruturas que levou mesmo à intervenção do SIS (os nossos serviços secretos).
Isto só faz pensar que os nossos aviõezinhos portugueses estão a dar pano para mangas em questões de polémicas. Andamos sempre entre a eterna questão do privatiza/desprivatiza… Por um lado, não deixamos privatizar a TAP, por outro as polémicas não acabam de forma nenhuma. Ou se diz que a TAP só dá prejuízo ou se põe em causa as indemnizações dos trabalhadores e eu sei lá que mais…
E agora por causa de uma notas de umas reuniões entre o Governo e a TAP que estavam no computador do adjunto e este não quis entregar quando foi despedido envolveu-se tudo num a grande zaragata.
Parece que as notas das reuniões guardadas no "PC" eram de tal modo tão secretas e confidenciais que até o sis foi chamado ao barulho.
Imagine-se os serviços secretos entraram em ação…Isto parece mesmo que estamos todos a assistir a um dos muitos filmes do “James Bond” o agente secreto, 007.
O que nos faz pensar que foi tanto o alarido por causa do computador do adjunto do Ministro era porque a coisa era mesmo secreta e para ficar longe do escrutínio público.
Mas não devia haver transparência na forma de agir do Governo. Afinal que notas tão secretas eram aquelas que “toda a gente” fala e ninguém sabe bem o conteúdo.
Parece que era assunto classificado.
Será que havia o perigo de adjunto do ministro querer enveredar pelos caminhos da espionagem empresarial…como os segredos ministeriais?
A situação tornou-se de tal modo insustentável que o adjunto do ministro, Frederico Pinheiro teve mesmo que ir à famosa Comissão de Inquérito da TAP dar explicações e fazer-se ouvir…
Realmente, a política portuguesa cada vez se assemelha mais com uma novela com os ingredientes de drama, ação, emoção, lágrimas…e o final feliz era mesmo ganhar as próximas eleições, como é evidente…
Por muito menos o Ministro da cultura João Soares foi exonerado a alguns anos em poucos dias de funções porque fez em público um afirmações menos simpáticas de um cronista do Jornal Público, pelo menos, aparentemente foi por causa disso…que foi exonerado…
E agora esta autêntica “peixeirada nacional” e nada acontece…
Ana Margarida Alves