Porque é que os jovens se tornam verdadeiros Terroristas

27-05-2022 09:46

                Recentemente, um tiroteio em escola primária do Texas vitima 19 crianças e duas professoras. Este episódio de violência gratuita já é considerado pelos especialistas o pior massacre em escolas norte-americanas nos últimos dez anos. O atirador de 18 anos, Salvador Ramos foi abatido pela polícia segundo o Governador deste estado.

                O presidente dos Estados Unidos, no seu discurso sobre o caso enfatizou que “os tiroteios em massa não acontecem em mais lugar nenhum com a frequência que acontecem na América e pediu ao país para enfrentar o “lobby das armas”.

                Numa consulta rápida, pelos principais sites de notícias que abordaram o tema encontrei um artigo da T.S.F. que explicita que “Os Estados Unidos da América são o único país desenvolvido onde os tiroteios em escolas se repetem ano após ano.”

                O mesmo artigo nomeia alguns dados sobre massacres em escolas que importa realçar

v  2021, 30 de novembro de 2021, no Michigan um adolescente de 15 anos matou quatro estudantes e feriu outros seis.

v  Em 2019, um jovem de 16 anos comemorou o seu aniversário disparando contra os estudantes da sua escola matando dois colegas de turma e ferindo outros três.

v  Em 2018, 18 de Maio, um estudante de 17 anos dispara em 20 pessoas na sua escola.

Muitos outros exemplos podiam ser dados. Esta violência, nos Estados Unidos perpetrada por jovens ainda adolescentes faz-nos refletir o que levará estes jovens  a agirem tão violentamente contra os seus pares.

                À primeira vista, podemos deduzir que, provavelmente, cresceram num ambiente sócio-económico instável e foram vítimas de sucessivas discriminações, reais ou imaginárias, e foram-se sentido socialmente desintegrados.  Alguma coisa deve ter acontecido a estes jovens para ser protagonistas de ato tão violento.

Também é sabido, que os Estados Unidos é conhecido pelo seu alto nível de desenvolvimento, mas, também marcado por grandes discriminações, segregação social e racismo.

Podemos deduzir que enquanto houver alienação social haverá sempre o crescimento desenfreado de raivas, recalcamentos, frustrações que são sempre a força motriz da violência.  E esse mal não grassa só nos EUA mas é transversal a todo o mundo.

            Estes jovens que vivem à margem e vão crescendo num ambiente avesso às regras sociais terão uma maior probabilidade de se tornarem adultos disfuncionais que a vida os vai empurrando para a criminalidade.

            Um crime horrendo não pode ser perdoado mas talvez possa ser evitado.

            Por outro lado, o acesso fácil às armas como acontece, nos Estados Unidos é um chamariz para a violência gratuita e inexplicável. A excessiva liberdade de acesso a armas perigosas  dá aso a verdadeiras tragédias sociais. Quem comete o crime é punido com a perda da vida ou duras penas de prisão. As vítimas inocentes perdem o direito à vida. No fim, ninguém sai vencedor e é toda a sociedade que perde. Famílias inteiras ficam destruídas. E aquele vazio da perda inesperada e injustificável do outro perpetuara-se para sempre.

            Enquanto não se resolver o problema das desigualdades sociais, da desintegração, da igualdade de oportunidades haverá sempre a iminência de grandes tragédias sociais.

 

Ana Margarida Alves