Porque em breve é dia dos namorados...

01-02-2023 18:40

 

Quem é que não se lembra de na juventude sonhar com o seu primeiro beijo de amor…

E na mente, especialmente, feminina esse acontecimento está envolto de muitos sonhos românticos plenos de espiritualidade…

Provavelmente, na realidade, até aconteceu de forma atrapalhada e inesperada num sítio inenarrável…mas, no imaginário feminino o primeiro encontro com a sua cara metade acontecerá num cenário quase idílico como já vimos no cinema ou já escutamos numa das milhões músicas de amor que constantemente trauteamos de tanto passarem na rádio  e nos ficaram no ouvido criando-nos ilusões mentais plenas de amor e afetividade.

Assim o “sonhado” primeiro beijo acabe por acontecer no jardim, doce e suave como se espera das primícias dos primeiros romances ou de uma forma um tanto ou quanto amorosa, um tanto ou quanto atrapalhada no meio dos livros da escola, ou, entre uma dança mais calma num dos encontros marcados…

Talvez tenham ambos tremido de emoção e os corações tenham disparada a “mil à hora”…É certo que houve um ímpeto físico nessa união mas houve de certo – se aconteceu como esperado – muito mais de afetividade.

Esse almejado primeiro beijo esteve envolta de muito mais sentimento e emoção, decerto, do que propriamente de uma reação puramente biológica de estímulo -resposta.

Como se a pura biologia pudesse explicar tudo o que vai na cabeça dos enamorados…

Ninguém com um «certo quê de romantismo” imagina, nas suas primeiras experiências amorosas ser atirada contra a parede de uma forma quase violenta, pobre em afetividade assemelhando-se mais a uma agressão sentimental…

E depois…do primeiro beijo…

Talvez, o normal, seja os apaixonados ficarem “abraçadinhos” tentando prolongar  a magia do momento…Talvez se siga uma conversa “despretensiosa” ainda meio embaraçada…Talvez os enamorados dêem as mãos e  sigam na “charla” como que a marcar “é oficial parece que agora somos namorados”…

Talvez aquele tenha sido o primeiro beijo de muitos aos longo das suas vidas ou talvez não…Mas de certeza será sempre recordado como um momento marcante das primícias amorosas dos mais jovens.

Na paixão do momento, na cabeça dos enamorados seguir-se-ao ainda longos tempos de amor e compreensão.

Troca-se o sonhar-se sozinhos a sonhar-se a dois…

“Um dia iremos juntos para a Faculdade…Hoje em dia toda a “gente” vai….Porque não nós também…”

Ou sonha-se com muitos dias de amor sem grandes planos e muita emoção…

Ou em correr o mundo lado a lado…

Ou até simplesmente um dia, ainda longínquo, juntar os trapinhos…

Os sonhos de amor podem ser tantos  e tão grandes…

Porque o amor não é só dar azo a uma completude de uma satisfação física, tem muito de afetividade e também de amizade e companheirismo

Os enamorados vão entrelaçar, momentaneamente, os seus destinos, dar as mãos, apoiar-se, mutuamente e sonhar acordados como os pés na terra como se costuma dizer por aí…

Por isso começar a  namorar na adolescência não é nenhum drama nem nenhum bicho de sete cabeças. Ninguém vai perder o norte apenas porque se apaixonou.

O amor é talvez até a força mais poderosa que nos vira ao contrário e nos faz ver a vida com olhos de sonho de quem quer abraçar o seu “mais que tudo” e juntos abraçarem o mundo…

Talvez, por vezes, uma boa definição de amor, seja dar um passo atrás, partir da estaca zero, para depois se poder voar a dois…ao mesmo ritmo compassadamente…

Já não existem heróis e heroínas que nos vem salvar de uma vida pobre em amor e infeliz. Existem sim trocas de afinidades e emoção. O nosso mais que tudo tem muito mais de nós e nós muito mais dele do que o contrário…As relações amorosas baseadas em contrastes abismais só se vivem nos filmes “Hollyodescos.”

Para além da natural atração física e psicológica, provavelmente, ouvimos o mesmo género de músicas, gostamos dos mesmos filmes, lemos livros semelhantes…

Sonhamos com os mesmos ideais…

Nessas primícias da vida amorosa estamos tão perdidos um como o outro e a força do amor vai-nos empurrando para o caminho…para sempre, ou talvez não, ou quem sabe até um dia…

Vamos caminhando a dois na incógnita de que o primeiro amor um dia possa acabar…É sempre um “borbulhar”  de vida e emoção muito enriquecedora que nos preenche no interior, principalmente, e nos desperta para uma vida plena de sensibilidade e sentimentos transformando-nos de certeza em melhores pessoas, porque o amor tem quase sempre esse poder quase mágico de transformação e mudança onde aquele brilhozinho no olhar é tão somente um reflexo de algo muito maior…

 

Ana Margarida Alves

(quem nunca amou perdidamente…)