Prémio Nobel da Literatura 2022 para a escritora francesa Annie Ernaux

11-10-2022 17:05

 

 

 

“ O verdadeiro objetivo da minha vida talvez seja apenas este: que meu corpo, minhas sensações e meus pensamentos se tornam escrita, isto é, algo inteligível e geral, minha existência completamente dissolvida na cabeça e vida dos outros”

 

 Annie Ernaux, “O Acontecimento”,

 

 

 

 

“Deslizei para dentro dessa metade do mundo, para a qual a outra metade, não passava de decoração”

 

 Annie Ernaux, “O Lugar”

 

 

 

“A dor não pode ser mantida intacta, ela precisa de ser “processada”, transformada em humor”

 

Annie Ernaux, “Remain in Darkness”

 

 

 

Das origens humildes na Normandia ao mais elevado galardão da Literatura mundial

 

 

            O júri da Academia Sueca justificou a decisão “pela coragem e perspicácia clínica com que (Annie Ernaux) descortina as raízes, as indiferenças e os constrangimentos coletivos da memória pessoal.”

            A escritora nascida em 1940 como Annie Theérèse Blanche Duchesne (Annie Ernaux) cresceu em yvetot na  Normândia onde os pais geriam uma mercearia e um café. Estudou na Universidade de Rouen - Normandia e Bordéus. Em 1971 tornou-se professora de Literatura Moderna.

            O seu caminho na criação foi longo e árduo. Tornou-se em 2022, a primeira mulher francesa a ser laureada pelo Prémio Nobel.

            Na sua escrita Annie Ernaux examina sob diferentes ângulos uma vida marcada por fortes disparidades de género, língua e classe. Apesar do seu estilo clássico, a autora auto-intitula-se como “etimologista”[1] de si mesmo, mais que uma escritora de ficção.

            A ambição de quebrar  padrões de ficção conduziu-a a uma tentativa de reconstruir melodicamente o seu passado num tom autobiográfico que a Academia Sueca descreve como “Uma prosa em bruto sob a forma de diário”.

            “É uma cultura peculiar porque escreve sobre ela própria, sobre a vida, sobre a sua história, como se fosse uma personagem de ficção. Vai buscar factos reais da sua vida e transforma-os em romance”, explica José Mário Silva, crítico literário do jornal Expresso, em declarações à TSF.

 

            Marcada por “uma forte consciência social”,  muitos dos livros de Annie Ernaux partem também do princípio que nasceu pobremente só mais tarde conseguiu chegar a outro estado social.

            Segundo uma notícia divulgada pela RTP e atualizada em 10/10/2022 às 16:11 o seu empenhamento em causas de esquerda também já lhe valeram alguns dissabores e inimizades na ala direita da política.

            Outras das suas lutas pessoais relaciona-se com a prepotência do estado de Israel sobre a frágil Palestina.

            Em 2019, apelava boicotar o Festival da Eurovisão, realizada em Telavive tal como apelidava a “France Television” para que não transmitisse o evento.

            Em 2018, protestava contra a cooperação cultural Franco-Israelita dizendo que esta branqueia a ocupação “É uma obrigação moral para qualquer pessoa de consciência recusar a normalização das relações do estado de Israel”.

            Também em 2021, Ernaux participou num protesto de intelectuais que afirmaram a propósito dos bombardeamentos israelitas contra a Faixa de Gaza: “Apresentar isto como uma guerra entre os dois lados iguais é falso e induz em erro”. Israel é a potência colonizadora. A Palestina é  a potência colonizada. Isto não é um conflito é um apartheid”.

            Annie Ernaux ao longo da sua carreira literária escreveu mais de 30 obras debruçando-se sobre os temas sociais tão diversos como o aborto e a doença de “alzeihmer”.

             A autora comentando as preocupações  que guiam a sua escrita disse que escreve para “tornar as coisas visíveis não para embelezá-las”. Acrescentando ainda “A escrita é um ato político que abre os olhos perante a desigualdade social.”

            Talvez o que explique esta tendência para os temas sociais são as suas origens humildes. A sua infância e a adolescência decorreram em meio operário. A autora recorda que a “sua mãe vendia batatas para que ela se pudesse sentar num anfiteatro universitário a ouvir falar de Platão”.

 

                O Nobel foi só o culminar de uma carreira agraciada com diversas distinções, Annie Ernaux foi distinguida pelo Prémio da Língua Francesa (2008), O Prémio Marguerite Youcenar (2017), o prémio Formentor de Las Letras (2019) e o Prémio Prince Pierre do Mónaco (2021) pelo conjunto da sua obra.

            O livro “Um Lugar ao sol”, vencedor do prémio Renaudot e  “Os Anos” (2008) vencedor do prémio Margueritte Duras e foi finalista do Prémio Man Booker Prize Internacional.

                A cerimónia de entrega do Prémio Nobel da Literatura, provavelmente irá decorrer nem Estocolmo, na Suécia no dia 10 de Dezembro como é tradição no dia de aniversário da morte do criador do prémio Alfredo Nobel. O prémio consiste numa medalha em ouro e uma quantia monetária.

        Annie_Ernaux.webp (91752)Alguns dos eleitos a Nobel da Literatura já repudiaram o prémio, nomeadamente o conhecido filósofo Jean Paul Satre e o escritor russo Pasternak, apesar da Academia continua-los a considerados “nobilizados”.

 

 

 

Podemos destacar algumas obras que marcaram a carreira de Annie Ernaux:

 

 

  • O Acontecimento – Uma jovem de 23 anos, estudante universitária, descobre que está grávida. Tomada pela vergonha e consciente das implicações sociais de levar em diante uma gravidez precoce, significaria, na época, um falhanço para si e para a sua família decide abortar.O aborto em França em 1963 é ilegal e não existe ninguém para a ajudar. Quarenta anos depois as memórias daquele acontecimento traumático continuam presentes e as suas sombras continuam muito vivas e vão muito para além da sua história pessoal.É uma obra que aborda. Sobretudo o sofrimento, a justiça e a condição feminina.Esta obra foi adaptada ao cinema em 2021 por Audrey Diwan, num filme vencedor do Leão de Ouro em Veneza.
  • Uma paixão Simples – Um pequeno livro de 60 páginas, onde a protagonista é uma mulher culta, independente e divorciada, com filhos adultos  que se apaixona de uma forma arrebatadora, por um estrangeiro mais jovem e casado. Annie Ernaux cria uma história fictícia como se tivesse a falar dela própria, a autora esbate a linha ténue que há entre a ficção e a sua própria autobiografia. O livro foi lançado em 1991, surpreendendo o panorama literário francês quebrando estereótipos do romance sentimental pelo seu erotismo e honestidade.
  • Os Anos – Estendendo-se a um período que vai de 1941 a 2006, em “Os Anos” conta-se a história que é, simultaneamente, coletiva e pessoal, transversal e intimista de setenta anos da vida de um país e de uma mulher. Através de pequenos fragmentos narrativos, por meio de uma relação entre fotografias, canções, filmes, objetos ou eventos da história recente, mais que uma desconcentrante autobiografia.  Annie Ernaux  constroí uma recordação de “nós”, num relato do que fica quando o tempo passa. “Tudo se apagará num segundo. (…) A língua continuará a pôr o mundo em palavras. Nas conversas há volta da mesa em dia de festa seremos apenas um nome, cada vez mais sem rosto, até desaparecermos na multidão anónima da geração distante”. Galardoado com diversas distinções, entre os quais o Prémio Marguerite Duras 2008, em França, O Prémio Striga em 2016, em Itália e a seleção para o “Man booker Internacional” de 2019. Este livro consagrou Annie como um dos maiores  vultos da literatura do século XXI.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O Jornal “Expresso” divulgou a lista de Prémios Nobel, tal como disponibilizada pela organização do Prémio Nobel desde 1901 a 2022, inclusive.

 

 

 

 

Prémios  Nobel da Literatura atribuídos desde 1901 a 2022

 

2022
Annie Ernaux “pela coragem e acuidade clínica com que desvenda as raízes, os estranhamentos e os constrangimentos coletivos da memória pessoal”.

 

2021
Abdulrazak Gurnah “pelo seu entendimento intransigente e compassivo dos efeitos do colonialismo e do destino dos refugiados no abismo entre culturas e continentes”

 

2020
Louise Glück “pela sua inconfundível voz poética que com austera beleza torna universal a existência individual”

 

2019
Peter Handke “por um trabalho influente que com engenho linguístico explorou a periferia e a especificidade da experiência humana”

 

2018
Olga Tokarczuk “por uma imaginação narrativa que com paixão enciclopédica representa o cruzamento de fronteiras como forma de vida”

 

2017
Kazuo Ishiguro “que, em romances de grande força emocional, descobriu o abismo sob o nosso sentido ilusório de ligação com o mundo”

 

2016
Bob Dylan “por ter criado novas expressões poéticas dentro da grande tradição da canção americana”

 

2015
Svetlana Alexievich “pela sua escrita polifónicos, um monumento ao sofrimento e à coragem em nosso tempo”

 

2014
Patrick Modiano “pela arte da memória com a qual evocou os destinos humanos mais inapreensíveis e desvendou o mundo da vida da ocupação”

 

2013
Alice Munro “mestre do conto contemporâneo”

 

2012
Mo Yan “que com realismo alucinatório mescla contos folclóricos, história e contemporaneidade”

 

2011
Tomas Tranströmer “porque, através das suas imagens condensadas e translúcidas, nos dá um novo acesso à realidade”

 

2010
Mario Vargas Llosa “pela sua cartografia das estruturas de poder e pelas suas imagens incisivas da resistência, revolta e derrota do indivíduo”

 

2009
Herta Müller “que, com a concentração da poesia e a franqueza da prosa, retrata a paisagem dos despossuídos”

 

2008
Jean-Marie Gustave Le Clézio “autor de novas partidas, aventura poética e êxtase sensual, explorador de uma humanidade além e abaixo da civilização reinante”

 

2007
Doris Lessing “aquela epicista da experiência feminina, que com ceticismo, fogo e poder visionário submeteu uma civilização dividida ao escrutínio”

 

2006
Orhan Pamuk “que na busca da alma melancólica da sua cidade natal descobriu novos símbolos para o choque e o entrelaçamento de culturas”

2005
Harold Pinter “que nas suas peças desvenda o precipício sob a tagarelice quotidiana e força a entrada nos quartos fechados da opressão”

 

2004
Elfriede Jelinek “pelo seu fluxo musical de vozes e contra-vozes em romances e peças que com extraordinário zelo linguístico revelam o absurdo dos clichês da sociedade e o seu poder subjugador”

 

2003
John M. Coetzee “que em inúmeras formas retrata o surpreendente envolvimento do estranho”

 

2002
Imre Kertész “pela escrita que defende a frágil experiência do indivíduo contra a bárbara arbitrariedade da história”

 

2001
Sir Vidiadhar Surajprasad Naipaul “por ter unido narrativa perceptiva e escrutínio incorruptível em obras que nos obrigam a ver a presença de histórias suprimidas.

 

2000
Gao Xingjian “por uma obra de validade universal, insights amargos e engenhosidade linguística, que abriu novos caminhos para o romance e drama chinês”

 

1999
Günter Grass “cujas fábulas negras divertidas retratam a face esquecida da história”

 

1998
José Saramago que “com parábolas sustentadas pela imaginação, compaixão e ironia continuamente nos permite apreender mais uma vez uma realidade ilusória”.

 

1997
Dario Fo “que imita os bobos da Idade Média ao flagelar a autoridade e defender a dignidade dos oprimidos”.

 

1996
Wislawa Szymborska “pela poesia que com precisão irónica permite que o contexto histórico e biológico venha à luz em fragmentos da realidade humana”.

 

1995
Seamus Heaney “pelas obras de beleza lírica e profundidade ética, que exaltam os milagres quotidianos e o passado vivo”

 

1994
Kenzaburo Oe “que com força poética cria um mundo imaginado, onde vida e mito se condensam para formar uma imagem desconcertante da situação humana de hoje”.

 

1993
Toni Morrison “que em romances caracterizados pela força visionária e importância poética, dá vida a um aspecto essencial da realidade americana”

 

1992
Derek Walcott “por uma obra poética de grande luminosidade, sustentada por uma visão histórica, fruto de um compromisso multicultural”

 

1991
Nadine Gordimer “que através de sua magnífica escrita épica – nas palavras de Alfred Nobel – foi de grande benefício para a humanidade”.

 

1990
Octavio Paz “pela escrita apaixonada de amplos horizontes, caracterizada pela inteligência sensual e integridade humanística”

 

1989
Camilo José Cela “por uma prosa rica e intensa, que com compaixão contida forma uma visão desafiadora da vulnerabilidade do homem”

1988
Naguib Mahfouz “que, através de obras ricas em nuances – ora clarividente realista, ora evocativamente ambígua – formou uma arte narrativa árabe que se aplica a toda a humanidade”

 

1987
Joseph Brodsky “por uma autoria abrangente, imbuída de clareza de pensamento e intensidade poética”

 

1986
Wole Soyinka “que numa ampla perspectiva cultural e com conotações poéticas molda o drama da existência”

 

1985
Claude Simon “que no seu romance combina a criatividade do poeta e do pintor com uma profunda consciência do tempo na representação da condição humana”

 

1984
Jaroslav Seifert “pela sua poesia que, dotada de frescura, sensualidade e rica inventividade, fornece uma imagem libertadora do espírito indomável e versatilidade do homem”

 

1983
William Golding “pelos seus romances que, com a perspicácia da arte narrativa realista e a diversidade e universalidade do mito, iluminam a condição humana no mundo de hoje”

 

1982
Gabriel García Márquez “pelos seus romances e contos, nos quais o fantástico e o realista se combinam num mundo de imaginação ricamente composto, refletindo a vida e os conflitos de um continente”

 

1981
Elias Canetti “pelos escritos marcados por uma visão ampla, riqueza de ideias e poder artístico”

 

1980
Czeslaw Milosz que com clareza intransigente dá voz à condição exposta do homem num mundo de graves conflitos”

 

1979
Odysseus Elytis “pela sua poesia, que, no contexto da tradição grega, retrata com força sensual e perspicácia intelectual a luta do homem moderno pela liberdade e criatividade”

 

1978
Isaac Bashevis Singer “pela sua arte narrativa apaixonada que, com raízes na tradição cultural polonesa-judaica, dá vida às condições humanas universais”

 

1977
Vicente Aleixandre “por uma escrita poética criativa que ilumina a condição do homem no cosmos e na sociedade atual, ao mesmo tempo que representa a grande renovação das tradições da poesia espanhola entre as guerras”

 

1976
Saul Bellow “pela compreensão humana e análise subtil da cultura contemporânea que se combinam em sua obra”

 

1975
Eugenio Montale “pela sua distinta poesia que, com grande sensibilidade artística, interpretou os valores humanos sob o signo de uma visão de vida sem ilusões”

 

1974
Eyvind Johnson “por uma arte narrativa, que vê longe em terras e eras, ao serviço da liberdade”

Harry Martinson “pelos escritos que captam a gota de orvalho e refletem o cosmos”

1973
Patrick White “por uma arte narrativa épica e psicológica que introduziu um novo continente na literatura”

1972
Heinrich Böll “pela sua escrita que, através da combinação de uma ampla perspectiva sobre o seu tempo e uma sensível habilidade de caracterização, contribuiu para a renovação da literatura alemã”

1971
Pablo Neruda “por uma poesia que com a ação de uma força elemental dá vida ao destino e aos sonhos de um continente”

 

1970
Aleksandr Isayevich Solzhenitsyn “pela força ética com que perseguiu as tradições indispensáveis ​​da literatura russa”

 

1969
Samuel Beckett “pela sua escrita, que – através de novas formas para o romance e para o drama – na miséria do homem moderno adquire a sua elevação”

 

1968
Yasunari Kawabata “pelo seu domínio narrativo, que com grande sensibilidade expressa a essência da mente japonesa”

 

1967
Miguel Angel Asturias “pela sua vívida realização literária, profundamente enraizada nos traços e tradições nacionais dos povos indígenas da América Latina”

 

1966
Shmuel Yosef Agnon “pela sua arte narrativa profundamente característica com motivos da vida do povo judeu”

Nelly Sachs “pela sua notável escrita lírica e dramática, que interpreta o destino de Israel com força tocante”

1965
Mikhail Aleksandrovich Sholokhov “pelo poder artístico e integridade com que, no seu épico do Don, deu expressão a uma fase histórica na vida do povo russo”

1964
Jean-Paul Sartre “pelo seu trabalho que, rico em ideias e cheio de espírito de liberdade e busca da verdade, exerceu uma influência de longo alcance em nossa época”

1963
Giorgos Seferis “pela sua eminente escrita lírica, inspirada num profundo sentimento pelo mundo da cultura helênica”

1962
John Steinbeck “pelos seus escritos realistas e imaginativos, combinando humor simpático e percepção social aguçada”-

 

1961
Ivo Andric “pela força épica com que traçou temas e delineou destinos humanos tirados da história do seu país”

 

1960
Saint-John Perse “pelo voo alto e pelas imagens evocativas da sua poesia que reflete de forma visionária as condições de nosso tempo”

 

1959
Salvatore Quasimodo “pela sua poesia lírica, que com fogo clássico exprime a trágica experiência da vida no nosso tempo”

 

1958
Boris Leonidovich Pasternak “pela sua importante conquista tanto na poesia lírica contemporânea como no campo da grande tradição épica russa”

 

1957
Albert Camus “pela sua importante produção literária, que com seriedade clarividente ilumina os problemas da consciência humana do nosso tempo”

1956
Juan Ramón Jiménez “pela sua poesia lírica, que em língua espanhola constitui um exemplo de alto espírito e pureza artística”

 

1955
Halldór Kiljan Laxness “pelo seu vívido poder épico que renovou a grande arte narrativa da Islândia”

 

1954
Ernest Miller Hemingway “pelo seu domínio da arte da narrativa, mais recentemente demonstrado em O Velho e o Mar, e pela influência que exerceu no estilo contemporâneo”

 

1953
Sir Winston Leonard Spencer Churchill “pelo seu domínio da descrição histórica e biográfica, bem como pela brilhante oratória na defesa de valores humanos exaltados”

 

1952
François Mauriac “pelo profundo discernimento espiritual e pela intensidade artística com que em seus romances penetrou no drama da vida humana”.

 

1951
Pär Fabian Lagerkvist “pelo vigor artístico e verdadeira independência de espírito com que se esforça na sua poesia para encontrar respostas para as eternas questões que confrontam a humanidade”

 

1950
Earl (Bertrand Arthur William) Russell “como reconhecimento pelos seus variados e importantes escritos nos quais defende os ideais humanitários e a liberdade de pensamento”

 

1949
William Faulkner “pela sua contribuição poderosa e artisticamente única para o romance americano moderno”

 

1948
Thomas Stearns Eliot “pela sua notável e pioneira contribuição para a poesia atual”

 

1947
André Paul Guillaume Gide “pelos seus escritos abrangentes e artisticamente significativos, nos quais os problemas e condições humanas foram apresentados com um amor destemido pela verdade e uma percepção psicológica aguçada”

 

1946
Hermann Hesse “pelos seus escritos inspirados que, embora crescendo em ousadia e penetração, exemplificam os ideais humanitários clássicos e as altas qualidades de estilo”

 

1945
Gabriela Mistral “pela sua poesia lírica que, inspirada por fortes emoções, fez de seu nome um símbolo das aspirações idealistas de todo o mundo latino-americano”

 

1944
Johannes Vilhelm Jensen “pela rara força e fertilidade de sua imaginação poética com a qual se combina uma curiosidade intelectual de amplo alcance e um estilo ousado e recém-criado”

 

1943
Nenhum Prémio Nobel foi concedido nestes ano. Os Prémios em dinheiro ficaram com 1/3 alocado ao Fundo Principal e 2/3 ao Fundo Especial desta seção de Prémios.

 

1939
Frans Eemil Sillanpää “pela sua profunda compreensão dos camponenses do seu país e da arte requintada com que retratou o seu modo de vida e a sua relação com a Natureza”

 

1938
Pearl Buck “pelas suas descrições ricas e verdadeiramente épicas da vida camponesa na China e pelas suas obras-primas biográficas”

1937
Roger Martin du Gard “pelo poder artístico e verdade com que retratou o conflito humano, bem como alguns aspectos fundamentais da vida contemporânea em seu ciclo de romances Les Thibault ”

 

1936
Eugene Gladstone O'Neill “pelo poder, honestidade e emoções profundas de suas obras dramáticas, que incorporam um conceito original de tragédia”

 

1935
Nenhum Prémio Nobel foi concedido este ano. O Prémio em dinheiro ficou com 1/3 alocado ao Fundo Principal e 2/3 ao Fundo Especial desta seção de Prémios.

 

1934
Luigi Pirandello “pelo seu renascimento ousado e engenhoso da arte dramática e cênica”

 

1933
Ivan Alekseyevich Bunin “pela arte estrita com a qual ele continuou as tradições clássicas russas na escrita em prosa”

 

1932
John Galsworthy “pela sua distinta arte de narrar que assume a sua forma mais elevada em The Forsyte Saga ”

 

1931
Erik Axel Karlfeldt "A poesia de Erik Axel Karlfeldt"

 

1930
Sinclair Lewis “pela sua vigorosa e gráfica arte de descrição e pela sua capacidade de criar, com sagacidade e humor, novos tipos de personagens”

 

1929
Thomas Mann “principalmente pelo seu grande romance, Buddenbrooks , que ganhou reconhecimento cada vez maior como uma das obras clássicas da literatura contemporânea”

 

1928
Sigrid Undset “principalmente pelas suas poderosas descrições da vida do Norte durante a Idade Média”

 

1927
Henri Bergson “em reconhecimento pelas suas ideias ricas e vitalizantes e à brilhante habilidade com que foram apresentadas”

 

1926
Grazia Deledda “pelos seus escritos de inspiração idealista que retratam com clareza plástica a vida na sua ilha natal e com profundidade e simpatia lidam com os problemas humanos em geral”

 

1925
George Bernard Shaw “pela sua obra marcada pelo idealismo e pela humanidade, sendo a sua sátira estimulante muitas vezes impregnada de uma beleza poética singular”

 

1924
Wladyslaw Stanislaw Reymont “pelo seu grande épico nacional, Os Camponeses ”

 

1923
William Butler Yeats “pela sua poesia sempre inspirada, que de uma forma altamente artística dá expressão ao espírito de toda uma nação”

 

1922
Jacinto Benavente “pela forma feliz com que deu continuidade às ilustres tradições do drama espanhol”

 

1921
Anatole France “em reconhecimento pelas suas brilhantes realizações literárias, caracterizadas como são por uma nobreza de estilo, uma profunda simpatia humana, graça e um verdadeiro temperamento gaulês”

 

1920
Knut Pedersen Hamsun “pelo seu trabalho monumental, Crescimento do solo ”

1919
Carl Friedrich Georg Spitteler “em especial apreço pela sua épica Primavera Olímpica ”

 

1918
Nenhum Prémio Nobel foi concedido este ano. O Prémio em dinheiro foi alocado ao Fundo Especial desta secção de Prémios.

 

1917
Karl Adolph Gjellerup “pela sua variada e rica poesia, inspirada em elevados ideais”

Henrik Pontoppidan “pelas suas descrições autênticas da vida atual na Dinamarca”

1916
Carl Gustaf Verner von Heidenstam “em reconhecimento da sua importância como o principal representante de uma nova era em nossa literatura”

 

1915
Romain Rolland “como uma homenagem ao elevado idealismo de sua produção literária e à simpatia e amor à verdade com que descreveu diferentes tipos de seres humanos”

 

1914
Nenhum Prémio Nobel foi concedido este ano. O Prémio em dinheiro foi alocado ao Fundo Especial desta seção de Prémios.

 

1913
Rabindranath Tagore “por causa dos seus versos profundamente sensíveis, frescos e belos, pelos quais, com habilidade consumada, fez o seu pensamento poético, expresso nas suas próprias palavras inglesas, uma parte da literatura do Ocidente”

 

1912
Gerhart Johann Robert Hauptmann “principalmente em reconhecimento da sua produção frutífera, variada e notável no campo da arte dramática”

 

1911
Conde Maurice (Mooris) Polidore Marie Bernhard Maeterlinck “em reconhecimento da sua multifacetada atividade literária, e especialmente das suas obras dramáticas, que se distinguem por uma riqueza de imaginação e por uma fantasia poética, que se revela, às vezes sob a forma de um conto de fadas, uma inspiração profunda, enquanto - de forma misteriosa - apelam aos próprios sentimentos dos leitores e estimulam a sua imaginação”

 

1910
Paul Johann Ludwig Heyse “como uma homenagem à arte consumada, permeada de idealismo, que demonstrou durante a sua longa e produtiva carreira como poeta lírico, dramaturgo, romancista e escritor de contos de renome mundial”

 

1909
Selma Ottilia Lovisa Lagerlöf “em apreciação do idealismo elevado, imaginação vívida e percepção espiritual que caracterizam os seus escritos”

 

1908
Rudolf Christoph Eucken pela “procura sincera pela verdade, pelo poder do seu pensamento e pela sua ampla visão”

 

1907
Rudyard Kipling “pelo poder de observação, originalidade de imaginação, virilidade de ideias e notável talento para narração que caracterizam as criações deste autor mundialmente famoso”

 

1906
Giosuè Carducci “não apenas em consideração pelo sua profunda aprendizagem e investigação crítica, mas acima de tudo como uma homenagem à energia criativa, frescor de estilo e força lírica que caracterizam suas obras poéticas”

 

1905
Henryk Sienkiewicz “por causa dos seus excelentes méritos como escritor épico”

 

1904
Frédéric Mistral “em reconhecimento da originalidade fresca e verdadeira inspiração da sua produção poética, que reflete fielmente a paisagem natural e o espírito nativo de seu povo, e, além disso, o seu significativo trabalho como filólogo provençal”

José Echegaray y Eizaguirre “em reconhecimento às numerosas e brilhantes composições que, de forma individual e original, reviveram as grandes tradições do drama espanhol”

1903
Bjørnstjerne Martinus Bjørnson “como uma homenagem à sua poesia nobre, magnífica e versátil, que sempre se distinguiu tanto pela frescura da sua inspiração como pela rara pureza do seu espírito”

 

1902
Christian Matthias Theodor Mommsen “o maior mestre vivo da arte da escrita histórica, com especial referência à sua obra monumental, A history of Rome ”

 

1901
Sully Prudhomme “em especial reconhecimento da sua composição poética, que evidencia um elevado idealismo, perfeição artística e uma rara combinação das qualidades do coração e do intelecto”

 

 

 

Bibliografia Consultada:

 

 



[1] Etimologista – relaciona-se com o vocábulo etimologia que está ligado à origem das palavras e o seu significado