SIRIA

11-12-2012 12:21

O número de refugiados sírios no Líbano, Jordânia, Iraque, Turquia e no norte de África ultrapassou o meio milhão, com três mil pessoas a pedirem diariamente ajuda ao Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).

 

Segundo dados revelados hoje, desde o início do conflito sírio, em março de 2011, 425.160 pessoas registaram-se nos serviços do ACNUR como refugiados enquanto outras 84.399 aguardam para serem inscritas.

 

Destes refugiados, 154.387 foram registados no Líbano, 142.664 na Jordânia, 136.319 na Turquia, 64.449 no Iraque e 11.740 nos países do norte de África.

O ACNUR indicou ainda que, a estes números oficiais, é preciso somar cerca de 200 mil pessoas que fugiram para países vizinhos da Síria, mas que não se registaram como refugiados por conseguirem manter-se pelos seus próprios meios.

 

Melissa Fleming, porta-voz do ACNUR, sublinhou que, "contrariamente à perceção pública, apenas 40 por cento dos refugiados sírios vivem em acampamentos".

"A maioria vive fora dos acampamentos, frequentemente em alojamentos alugados, com famílias de acolhimento ou em centros coletivos de alojamento", disse.

 

No Líbano e no norte de África, não há acampamentos e os refugiados vivem em comunidades urbanas e rurais, acrescentou.

 

Na Jordânia, apenas 24 por cento dos refugiados vive em acampamentos, enquanto no Iraque a percentagem é de 50 por cento.

 

Na Turquia, a totalidade dos refugiados reparte-se por 14 acampamentos.

 

Fleming alertou que "a previsão é que o número dos que lutam para se manter nas economias locais e que eventualmente se venham a apresentar para registo como refugiados aumentará à medida que se prolongue o conflito na Síria".

 

"Os recursos vão-se esgotando e as comunidades e famílias de acolhimento já não podem apoiar os refugiados", disse.

 

A responsável indicou que com a chegada do inverno as condições do que fogem da Síria são cada vez mais duras.

 

"Os sírios que chegam até nós trazem a roupa empapada e os sapatos cobertos de lama devido às fortes chuvas. As equipas de proteção do ACNUR descrevem as chegadas durante a noite como sendo marcadas pelo medo, frio e falta de roupa adequada para enfrentar a travessia", explicou.

 

No caso da Jordânia, o ACNUR constatou o aumento da chegada de idosos e crianças, com os refugiados com menos de 18 anos a registarem um aumento de 60 por cento, incluindo 22 recém-nascidos e inúmeros menores sozinhos.

 

Desde o início da revolta popular contra o regime de Bashar al-Assad, que degenerou em guerra civil, a violência na Síria já causou mais de 42 mil mortos, de acordo com o mais recente balanço do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

Lusa