Só as pequenas coisas se dizem as grandes ficam - no interior de nós mesmos - no segredo dos deuses…

26-12-2022 18:56

 

 

            Hoje podia falar de mil e uma coisas que nos últimos tempos me têm assombrando a mente…

            Por outro lado, são tão íntimas, tão interiores…tão só minhas que a sua exposição podia até cair no ridículo e no egocentrismo…

            Opto me dar um pequeno “glimpse” dos problemas que neste momento assolam a Humanidade.

            A guerra continua  a dizimar a Ucrânia de uma forma incompreensível. Afinal para que servem as Instituições que lutam pela paz como é o caso da ONU que permitem que este país esteja  a desaparecer à força da ofensiva e bombardeamentos Russos de uma forma inimaginável em plena Europa do século XXI. Segundo fontes noticiosas já lá vão trezentos e tal dias desde o dia 24 de Fevereiro de 2022 o primeiro dia da invasão da Ucrânia. Pensava que vivíamos em tempos de elevado valor civizacional.

            Por um lado, as pessoas pela mínima coisa têm que estar sempre a agradecer e a pedir mil vezes por favor, por outro lado, na cauda geográfica da Europa desenvolve-se um conflito que a meu ver é pura violência gratuita e em cujas as verdadeiras causas são mais “birras de poder” do que outra coisa qualquer.

            Na televisão os jornalistas vão dizendo que a Rússia e a Ucrânia estão em negociações, no entanto, mal o diálogo envereda por caminhos diferentes do esperado logo as ditas negociações de paz são goradas e chovem bombas pelas cidades ucranianas…

            Então com tanta fome e  guerra a assolar a Humanidade as pessoas de todo o mundo têm que ser discretas nas suas emoções não vá um pouco da nossa alegria natural ferir suscetibilidades…e surgirem logo a rajada dos críticos a classificar-nos de insensíveis a tanta miséria Humanidade.

            Esta crise social afeta, nem que seja psicologicamente, a todos nós.

            Nos primórdios da guerra na Ucrânia, chegavam a Portugal milhares de refugiados ucranianos completamente sem norte que era reconfortados com uma malga de sopa ou um chá quente enquanto as organizações lhe providenciavam um teto e algo mais para fazer face a esta inesperada provação de vida.

            Neste momento, já não se houve falar assim tanto dos refugiados ucranianos…Os que partiram já encontraram o seu refúgio os que decidiram ficar  na Ucrânia vão resistindo nos abrigos.

            Fala-se dos Timorenses que se acomodaram nas ruas do Martim Moniz em Lisboa enganados pelos intermediários das empresas de trabalho temporário e foram abandonados à sua sorte. As autoridades que não querem perder a face apressaram-se a evacuá-los e a despeja-los a torto e a direito pela capital.

            Com a aproximação do Inverno os trabalhadores sanzonais da agricultura, comércio, indústria e turismo enchem as filas dos Centros de Emprego Nacionais. Fenómeno que vem fazer subir a taxa de desemprego e fazer soar os sinais de alarme dos meios de emergência social.

            Assim quando se chega a uma época que é especialmente alegre - principalmente para as crianças – o Natal. É quando as pessoas estão mais retraídas a todos os níveis.

            As cidades engalanam-se com decorações natalícias que custam milhares de euros.  No entanto, as pessoas em geral andam um pouco tristes e deprimidas com sentimento que os tempos áureos de alegria tardam em voltar face a tantos problemas que vão surgindo em catadupa. Para muitas famílias,  aquela ideia romântica do “glamour natalício” é quase um mito…

            Talvez, por isso, é que ande meio mundo  a bater com a cabeça nas paredes e muitos deles até são classificados de  “perigo psiquiátrico” e são afastados da “dolce vita” da restante população…quase sem razão. “Penas que não se vêm não se sentem”, já dizia alguém. Não adianta dizer que “está tudo bem”. Não adianta dizer que se está a seguir em frente. Os indesejados são encarcerados. Os hábeis advogados que por direito os deviam defender estão sempre do lado do elo mais forte do orçamento de estado e aquelas almas aflitas ficam restringidas a viver no limbo da vida retalhada ínfimos quadradinhos sociais.

            Cada vez perceciono mais  que loucos não são os que têm que viver resguardados sob o controlo social mas a verdadeira loucura está nos que a seu bel prazer despoticamente brincam com  a  vida humana.

            Sobre este assunto podia ainda escrever rios de palavras – até de experiências que também vivi  e de impressões que gravei na minha alma -  mas ficam mergulhadas no meu subconsciente guardadas nos segredos dos deuses…

 

Ana Margarida Alves