Todos os caminhos vão dar ao centro de Lisboa em Agosto

22-07-2023 14:11

 

 

Portugal numa época conturbada, em tempos de guerra na Europa, com o escândalos de abuso de menores a assolar  a igreja, com uma grande crise económica, social e  de valores e identidade onde tudo se questiona e põe em causa vai receber a Jornada Mundial da Juventude entre o dia 1 e 6 de Agosto de 2023.

A Jornada Mundial da Juventude também conhecida como JMJ é um evento religioso instituído pelo Papa João Paulo II em 20 de Dezembro de 1985 que reúne milhões de católicos em todo o mundo sobretudo jovens e tem  a duração de uma semana.

Segundo relata a Wikipédia a jornada reúne milhares de jovens do mundo inteiro para celebrar e conhecer melhor a doutrina católica, para construir pontes de amizade e esperança. No entanto, apesar de ser organizada pela Igreja católica é aberta as pessoas de todo o mundo.

No fundo trata-se duma reflexão coletiva de fé e sobre a fé.

Segundo os cálculos oficiais, Portugal espera de receber mais de um milhão de pessoas em Lisboa. Talvez isso seja um sinal que a mensagem de Jesus Cristo com mais de 2000 anos e a sua filosofia de vida esteja muito atual.

Muitos virão pela fé a Lisboa.

Outros até pela amizade e convívio.

E outros até apenas pelo facto do Papa Francisco estar presente nas Jornadas (apesar da sua idade avançada e sua saúde frágil). O Papa Francisco é sem dúvida um elemento conciliador e consensual que une toda a Igreja Católica e não só.

Sendo assim muito acarinhado por todos moverá milhares de peregrinos até ao centro de Lisboa para ouvirem a mensagem que ele tem para as gerações futuras. As suas palavras são quase sempre sábias e assertivas.

Sempre que acontece uma tragédia inesperada o Papa Francisco tem sempre uma palavra conciliadora e humanista, seja contra a chacina da guerra da Ucrânia, seja sobre o conflitos do médio Oriente, seja para censurar os comportamentos impróprios de alguns membros da Igreja católica.

Nas jornadas da Juventude em Portugal, talvez para simbolizar a bondade sem medida do Papa Francisco o  Conselho de Ministros aprovou um diploma que estabelece perdão de penas e amnistia de crimes praticados por jovens entre os 16 e os 30 anos. O diploma vai ser analisada pela Assembleia da República e determina um perdão para todas as penas até oito anos de prisão, sendo adicionalmente fixada um regime de amnistia que compreende as contraordenações cujo limite máximo de coima aplicável não exceda 1.000 euros e as infrações penais cuja pena não seja superior a um ano de prisão ou a 120 dias de pena de multa. Os crimes mais graves como homicídio, violência doméstica entre outros não são contemplados por esta benesse.

                          Porém a poucos dias das Jornadas da Juventude Portugal ficou em suspenso. O Papa teve que ser hospitalizado, levantando-se logo a problemática de o Papa Francisco não poder estar presente. Todos foram unânimes em concordar sem o Papa não haveria evento o que demonstra bem a sua influência não só como representante máximo da Igreja Católica mas também como ser humano.

Assim por último mas não menos importante podemos ainda salientar o facto que numa época em que a fé é  em muitos momentos posta em causa face as adversidades que a vida reserva a muitas pessoas que muitas vezes é mais provações e abnegações que felicidade plena, a juventude - e não só – se una para rezar e refletir a fé cristã quando a necessidade do homem encontrar uma resposta para o impalpável e inexplicável é cada vez maior face a tantos problemas sem solução  e explicação, fazendo com que muitas vezes a procura de respostas numa entidade superior intangível seja cada vez maior, independentemente da religião escolhida.

 

Ana Margarida Alves