Trauma

31-08-2023 09:41

 

No site de Psicologia conexa a psicóloga  Leonor Campos dá-nos algumas dicas sobre a definição de trauma.

“A partir da vivência de uma experiência dolorosa forma-se no individuo o que podemos chamar de memória traumática. Essa lembrança se caracteriza pela soma de emoções, imagens, sons e todos os sentimentos vivenciados a partir da ocorrência do trauma.”

A autora continua explicando que o acesso à memória traumática se dá por meio de situações que façam o individuo reviver qualquer um dos sentimentos relacionados que acabam por configurar numa série de gatilhos que culminam na angustiante sensação de volta à experiência do trauma.

Na conhecida obra DSM-IV  temos a seguinte definição “os eventos traumáticos que são vivenciados diretamente tal como combate militar, agressão pessoal violenta(ataque sexual, ataque físico, assalto à mão armada, sequestros, ser tomado como refém, ataque terrorista, tortura, encarceramento como prisioneiro de guerra ou em campo de concentração, desastres naturais e causados pelo homem, graves acidentes automobilísticos ou receber o diagnóstico de uma doença trás risco de vida).”.

Segundo a American Psychological Association após um evento traumático as pessoas frequentemente se sentem atordoadas, desorientadas ou incapazes de integrar informações perturbadoras.

Depois de as reações iniciais diminuírem as pessoas podem experimentar uma variedade de pensamentos e comportamentos.

As respostas mais comuns podem ser:

  • Sentimentos intensos ou imprevisíveis
  • Ansiedade
  • Nervosismo
  • Angústia
  • Irritabilidade
  • Mal-humor.

Segundo um artigo da American Psychological Association pode haver mudança nos pensamentos e padrões de comportamentos.

A pessoa pode ter lembranças repetidas. Essas memórias podem ocorrer sem motivo aparente e levara a reações físicas como o suor e taquicardia. Pode ser difícil concentra-se ou tomar decisões. Os padrões de sono e alimentação podem ser perturbados, algumas pessoas podem comer e dormir demais enquanto outras experienciam a perda de sono e de apetite.

Também pode surgir sensibilidade a fatores ambientais. As sirenes, ruídos ou sensações ambientais, podem estimular memórias do desastre criando maior ansiedade.

Esses gatilhos podem ser acompanhados pelo medo que o evento perturbante se repita.

Também pode surgir relações interpessoais tensas. Assim pode ocorrer aumento de conflitos como desentendimentos mais frequentes com familiares e colegas de trabalho. A pessoa também pode ficar retraída e isolada ou desligada das atividades sociais habituais.

Sintomas físicos relacionados com o stress traumático podem ocorrer, como dor de cabeça, náuseas e dores no peito que podem exigir atenção médica. Condições de saúde pré-existentes podem ser afetadas pelo stress traumático.

Neste artigo da American Psycological Association “Como lidar com o stress traumático” aponta várias formas de lidar com o mesmo:

  • Apoiar-se nos mais próximos, identificando amigos ou familiares de apoio. Se a pessoa se sentir pronta para discutir o evento traumático poderá conversar com eles sobre a experiência e os seus sentimentos
  • Enfrentar os seus sentimentos, é normal querer evitar pensar no evento traumáutico. Mas, não sair de casa, dormir excessivamente, isolar-se dos entes queridos e usar as substâncias para escapar às lembranças não são formas saudáveis de lidar com o problema.

No artigo aconselha-se a tentar gradualmente a voltar à rotina normal:

  • Priorizar o auto-cuidado, refeições nutritivas, praticar atividade física, ter uma boa noite de sono, envolver-se em atividades relacionadas com arte, música, meditação, relaxamento e passar o tempo na natureza.
  • Ser paciente, é normal ter uma reação forte a um acontecimento angustiante, é importante levar um dia de cada vez.

 

Bibliografia:

https://blog.psicologiaviva.com.br/o-que-e-trauma/

https://www.apa.org/topics/trauma/stress